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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Leis trabalhistas: um entrave para o nosso progresso

Tema polêmico, sei. E muito pouco debatido. Para o brasileiro, as leis trabalhistas estão escritas na pedra, e qualquer louco que recomende possíveis alterações irá instaurar um pânico volatizado, seja na sala ou no bar.

Mas digo: estas leis (que já datam setenta anos) são grandes entraves ao nosso progresso.

Fosse eu o presidente, anularia tudo —rigorosamente tudo—, pois não existe, ao meu ver, absolutamente nada de vantajoso ao trabalhador em nossa CLT quando analisamos seus efeitos macro. São leis que tratam o empregador como um explorador, o trabalhador como um idiota e dão poderes inaceitáveis às máfias sindicais, que também, ao meu ver, não servem para nada.

Pois bem. Hoje abro o computador e leio na Veja (a reportagem completa pode ser acessada 
aqui):

"Governo pretende criar dois novos tipos de contrato de trabalho
As duas novas modalidades, a parcial e a intermitente, fazem parte da reforma trabalhista que será prioridade da agenda econômica em caso de impeachment

Com um contingente de 11,6 milhões de desempregados e 623 mil vagas formais fechadas só este ano, a equipe do presidente em exercício Michel Temer estuda formas de tornar viáveis duas novas modalidades de contrato de trabalho: o parcial e o intermitente. As propostas fazem parte da reforma trabalhista que será, ao lado da previdenciária, uma prioridade da agenda econômica caso o impeachment de Dilma Rousseff seja concretizado.

Tanto no trabalho parcial quanto no intermitente, a jornada de trabalho será menor do que as 44 horas previstas na legislação atual. Os direitos trabalhistas, como férias e 13º salário, seriam calculados de forma proporcional. A diferença entre os dois contratos é a regularidade com que o trabalho ocorre.

No contrato parcial, a jornada ocorre em dias e horas previamente definidos. Por exemplo, a pessoa poderá trabalhar em um bar somente nos fins de semana. Os técnicos acreditam que esse tipo de contrato vai beneficiar principalmente estudantes e aposentados que precisem complementar sua renda.

O trabalho intermitente, por sua vez, é acionado pelo empregador conforme a necessidade. Um técnico do governo exemplifica: o dono de um buffet pode ter um vínculo desse tipo com uma equipe de garçons e cozinheiros. Nos fins de semana em que houver festa, os trabalhadores são chamados. Quando não houver, o empresário não terá custo. O contrato parcial de trabalho já existe na legislação, mas a regulamentação é considerada ruim, o que gera insegurança para o empregador. Por isso, é pouco utilizado. A ideia é aperfeiçoar a legislação. (...)"

Leio esta notícia com decepção. O presidente havia prometido "profundas mudanças na legislação trabalhista". Agora vejo que a coragem é algo que escapa a Michel Temer, e nenhuma reforma profunda será feita em nossa CLT. 

Claro que contratos "parciais" e "intermitentes" são fundamentais para que muitos negócios funcionem. E caso fossem proibidos, vários empresários simplesmente não contratariam, e muitos funcionários perderiam seus empregos. Como sabemos, isso é o Brasil, e é evidente que, apesar de proibidos, estes contratos ocorrem fora da legalidade, pois tanto para o trabalhador quanto ao empregador, o contrato de trabalho temporário ou em jornada reduzida muitas vezes é vantajoso. 

Mas o problema não está em incentivar a inclusão do trabalhador no mercado formal, e sim em regulá-lo à moda antiga, adaptando os "benefícios" (que não tem nada de benefícios) à carga horária trabalhada e continuando a gerar um custo estratosférico em processos e indenizações que envolvem a Justiça de Trabalho, sindicatos, advogados e peritos, tudo isso para gerenciar um atrito social causado pelo governo.

Repito: nossas leis são arbitrárias, atrasadas e estúpidas. Elas não fazem nada mais que dificultar a contratação, roubar o trabalhador e sufocar o empresário, tudo isso por um altíssimo custo. A única reforma possível é a anulação da CLT e discussão de ponto a ponto do zero. Simples.

Continuo a ler a reportagem (ainda decepcionado), quando me deparo com isto aqui:

“O que me preocupa é que estamos num momento de desemprego elevado, de economia baixa, e a área empresarial pressiona para o governo colocar na pauta medidas para diminuir os custos, entre aspas, que nós consideramos investimento”, disse o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah."

Aqui está claro o porquê de que um debate sério neste país simplesmente não poder existir. Órgãos irrelevantes como esta tal UGT exercem pressão no governo, que por sua vez sufoca as empresas. O que este senhor conhece de administração? Nada. E sim, ele acaba não só influenciando o governo, como exerce influência nas decisões de grandes empresas, afim de prevenir possíveis punições.

Vejam só como é ridícula e absurda esta tese de que os custos das empresas são investimentos. Isso foi desmoralizado desde que Keynes ousou dizer que o governo, em tempos de crise, poderia cavar buracos e contratar empresas para tapá-los afim de incentivar a economia. Apesar de engraçado, esse tipo de besteira acaba sendo levado a sério, para nossa infelicidade.

Mais uma:

"À frente de uma central que tem em sua base principalmente empregados dos setores de comércio e serviços, Patah disse ter disposição para discutir o trabalho parcial, principalmente para jovens e aposentados. No entanto, ele quer garantir que nenhum empregado nessa categoria receba menos do que um salário mínimo."

Um ponto: reparem a postura autoritária deste cidadão irrelevante aos olhos de qualquer um. Ele disse "ter disposição para discutir". Risos. Segundo: Garantir que nenhum empregado receba menos que um salário mínimo é, na prática, garantir que nenhum empregado que produza menos que um salário mínimo trabalhe. Ao menos não na legalidade. Fico me perguntando por que ainda tenho de escrever isto...

Bom, o tema é extenso e a argumentação infindável (além de cansativa). Não irei me estender. Creio que estou decepcionado em razão de ter criado alguma expectativa com o novo presidente. Interpretei reforma trabalhista como reforma trabalhista. Não cometerei este erro novamente.

Um último ponto: estamos em ano de eleições. Onde estão os candidatos defendendo o fim da CLT e uma legislação mais flexível e menos regulatória para o Brasil?

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Cemig: até quando vai piorar?


Olhando para os resultados da Cemig, me pergunto: como é possível uma deterioração tão vertiginosa como a que está acontecendo com esta empresa?

Vejam, há bem pouco tempo atrás, a Cemig figurava claramente entre as melhores empresas do país. Passava ao acionista a sensação de segurança, por ser a maior e mais sólida do setor, além de ser conhecida por sua excelente prestação de serviços. Cairia bem em qualquer carteira.

Em questão de uns poucos anos, a realidade da empresa mudou —sim, mudou!—, e não foi por causa da crise. A Cemig está cometendo sucessivos erros administrativos e sinaliza desde e o final de 2014 que o foco da empresa não é mais exclusivamente gerar valor aos acionistas. E quando isso acontece, meus amigos, é hora de juntar nossas trouxas e abandonar o barco.

Este é o grande problema de ser sócio de estatais. O governo muda, a administração muda... e quem é pego com as calças na mão é o minoritário.

No caso da Cemig, a situação está mais que evidente. De 2014 para 2015, apesar de um aumento de cerca de 10% da receita, a empresa viu cair em aproximadamente 25% sua margem operacional. Crise? Não creio, não foram todas empresas do setor que apresentaram resultados semelhantes.

Que tal o aumento da dívida, que da ordem de R$ 9,5 bilhões em 2013 passou para R$ 15 bilhões em 2015 a juros de aproximadamente 10%? Para se ter uma ideia, estes 10% representam mais que o dobro do lucro líquido auferido pela Cemig nos últimos doze meses. É uma dívida mais que preocupante.

Outra: em meados de 2015 a empresa alterou seu estatuto abrindo mão do que, ao meu ver, era seu principal atrativo: sua sólida e generosa política de dividendos. De uma distribuição obrigatória aos acionistas de 50% dos lucros, a Cemig passou a pagar o mínimo exigido pela bolsa, 25%. Medida de contenção para a crise? Novamente, não creio. Para mim, o recado já estava dado.

E para finalizar, temos a trágica redução da lucratividade da empresa, caindo a níveis muito abaixo do aceitável. Sempre foi característico da Cemig apresentar um primeiro trimestre forte. Neste ano, o que vimos foi uma redução de 99,6% em relação a 2015, beirando o prejuízo. Os outros meses, bom... 




De fato, algo de muito errado está acontecendo na Cemig, e não creio ser algo temporário. Nos resta torcer para que a situação se melhore e que esta empresa consiga voltar algum dia a ser o que já foi em outros tempos. Porém, no meu caso, torcerei como um espectador: da minha casa, sentado no sofá, tomando algo de minha preferência. A mim, a Cemig não pode mais irritar; na pior das hipóteses, é só trocar o canal.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

A importância dos indicadores

Neste texto, volto ao tema da importância do preço na escolha de um ativo. Já havia abordado este assunto aqui, onde defendi a posição de que o preço de uma ação é importante. Novamente: quando digo que o preço é importante me refiro aos indicadores atrelados ao preço (P/L, P/VPa etc.), e não sobre acompanhar diariamente as cotações; aliás, mais uma vez reforçando: isto é uma total perda de tempo.

Os indicadores são excelentes ferramentas para auxiliar a análise de atratividade de um investimento. Quando analisamos os indicadores de uma empresa e os comparamos com similares do mesmo setor, obtemos importantes informações sobre como o mercado a avalia. Eles são muito úteis para identificar ações que claramente estão caras, e muitas vezes reforça nossa opinião de que estamos frente a uma pechincha. Basicamente, os usamos para detectar empresas extremamente sub ou sobreavaliadas.

Claro, da mesma maneira que um investidor deve usar um método de precificação apenas como uma ferramenta de auxílio, como uma base para um estudo mais profundo, a análise de indicadores deve ser utilizada com idêntica finalidade. É uma estupidez comprar uma empresa exclusivamente por seus indicadores, principalmente porque eles, por si só, não representam absolutamente nada em relação a perspectiva futura da empresa. E quando compramos uma ação, estamos apostando nosso dinheiro de que o negócio irá prosperar —ou, na pior das hipóteses, manter sua lucratividade constante. Sendo assim, se comprarmos empresas com base apenas em bons indicadores, certamente cairemos em furadas.

Para exemplificar: quando vemos um P/VPa abaixo de 1, temos em nossa frente uma empresa que está custando menos do que seu valor patrimonial. De forma crua, ao comprarmos esta empresa estaremos pagando menos do que ela possui em patrimônio. Porém, se não olharmos este mesmo VPa nos anos anteriores afim de captar sua evolução ou degradação, ignoraríamos, por exemplo, uma empresa que perdeu metade de seu valor em dois anos. Esta, ainda assim, seria atrativa aos nossos olhos, já que seu P/VPa naquele momento estaria baixo.

Outra: podemos encontrar uma empresa com o P/L baixíssimo, abaixo da média do setor, mas com quedas bruscas de lucratividade, aumento vertiginoso de sua dívida e uma péssima perspectiva de futuro.

Porém, por mais que indicadores não forneçam uma informação completa sobre a situação de uma empresa, eles podem ser-nos úteis, e sua utilização foi defendida por diversos investidores e acadêmicos. Abaixo, apresento brevemente —aos que já não conhecem— os mais conhecidos:

1) Eugene Fama e Kenneth French: um dos five-factors definidos por estes respeitadíssimos acadêmicos, através de seu Five-Factor Asset Pricing Model, que influenciam a expectativa de retornos de uma ação, é o P/VPa, sendo que este possui uma relação inversamente proporcional à expectativa de retorno de uma empresa. P/VPa baixo, expectativa de retornos alta.

2) Benjamim Graham: em O investidor inteligente, Graham recomenda que se dê a preferência à empresas com P/L abaixo de 15.

3) Peter Lynch: um verdadeiro caçador de pechinchas, Peter Lynch analisa os indicadores por diversos ângulos afim de encontrá-las. Para ele, alguns sinais que pode-se estar diante de uma empresa subavaliada são: P/L's abaixo de 5 para empresas com um histórico de lucros constante, P/L's abaixo da metade da taxa de crescimento dos lucros, dentre outros. O que de fato Peter Lynch não recomenda é que se ignore estes indicadores.

4) Jeremy Siegel: Siegel demonstra em seu Investindo em ações no longo prazo como nem sempre a melhor empresa apresentará os melhores retornos. Empresas de valor (com bons indicadores) podem superar fenômenos de crescimento, mesmo que não apresentem resultados tão expressivos. Também cito outro exemplo aqui.

5) Aswath Damodaran: sua análise relativa nada mais é que uma comparação entre indicadores. Para os interessados, explorei mais o assunto neste artigo.

Se fosse resumir, diria que os indicadores devem ser analisados sempre comparativamente, e basicamente por duas diferentes óticas: seu histórico, e frente às empresas do mesmo setor. No primeiro caso, estamos a observar quanto os investidores já pagaram por esta mesma empresa; no segundo, verificamos quanto o mercado paga por empresas concorrentes.

Mas antes de prosseguir, quero frisar novamente um ponto: analisar indicadores não é acompanhar oscilações de preço diárias. Entender esta diferença é fundamental, e creio carecer de um exemplo:

Vamos ver por que a variação de preços diária nada influi na análise dos indicadores. Imaginemos a Kroton, que fechou a última quinta-feira a R$ 15,28. Neste dia, seu P/L ajustado para o lucro dos últimos doze meses estava em 14,34. Um dia depois, no fechamento da sexta-feira, esta empresa obteve uma variação de -2,81% em sua cotação, baixando seu preço para R$ 14,85 no final do dia. O investidor que observasse seu gráfico veria o que se segue:




Esta variação, aparentemente significativa, alterou o P/L desta empresa de 14,24 para 13,94, o que é muito pouco. Vamos exagerar ainda mais. Suponhamos que a Kroton houvesse desvalorizado expressivos 15% neste dia, chegando aos R$ 13,11. Seu P/L, neste caso, cairia para 12,30, o que, para nossa análise, também continua não mudando muita coisa. Aliás, alguns investidores analisam o P/L por grupos (0 a 5; 6 a 10; 11 a 15...), portanto, para este caso, a empresa ainda se manteria no mesmo grupo. É por isto que digo que acompanhar oscilações diárias é uma perda de tempo.

Agora vamos ver o que esta análise nos informaria, pegando um gancho na análise relativa, de Aswath Damodaran. As empresas Ser, Estácio e Anima são as principais concorrentes da Kroton. Seus P/L's ajustados para a lucratividade dos últimos 12 meses são, respectivamente, 11,63, 16,91 e 16,02. Temos, portanto, uma média de 14,63. Comparando-a com o P/L da Kroton, percebemos que ela acompanha o que se paga pelas ações do setor. Portanto, aqui não encontramos nenhuma vantagem expressiva. Agora, novamente exagerando, suponhamos que o P/L da Kroton estivesse em 3,5 contra a mesma média de 14,63 do setor. Bom, aí sim poderíamos estar diante de uma pechincha, e é para casos gritantes como estes que analisamos os indicadores.

Um último exemplo que creio ser relevante. Vejamos a Estácio, empresa com o maior P/L do setor (16,91). Comparando-a com suas concorrentes, concluímos que ela está ligeiramente mais cara. Mas e se mudarmos a ótica de análise, desta vez para seu histórico? É o que teríamos a seguir:

              P/L
2012 30,33
2013 26,07
2014 27,38
2015 9,17
2016 16,91

Média 21,97

(Dados retirados do Bastter.com)

Nesta ótica, vemos que o que se paga hoje pelas ações da Estácio é cerca de 25% abaixo de sua média de preços retroativa. Isso poderia significar duas coisas: 1) a Estácio está barata e 2) seu setor, como um todo, sofreu desvalorização. Para este caso, de fato, o que ocorreu foi a segunda alternativa, e podemos observar esta mesma tendência de redução progressiva dos preços para as demais ações. Novamente, o que parece é que a empresa analisada não está descontada, porém, desta vez encontramos um indício de que talvez o setor esteja.

E é por isto que creio na utilidade dos indicadores. De forma simples, podemos obter tanto uma visão macro do setor, quanto uma visão específica da empresa analisada. Normalmente, como nos casos acima, os valores obtidos não serão suficientes para permitir-nos emitir um veredito sobre o status da empresa, porém não raro iremos nos deparar com diferenças de preço tão exorbitantes que não deixarão espaço para dúvida.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Reflexões [3]

I) Os brasileiros ficaram deslumbrados com a abertura das Olimpíadas. Bem, ao menos é essa a impressão que tenho após ler dezenas de manchetes e comentários elogiosos. Confesso: não vi. E por pura falta de interesse, nada mais. Eu sequer sabia a data e o horário que iria acontecer.

Para mim, algo normal. Afinal, não vejo a abertura de nada, não acompanho nenhum esporte olímpico e sequer assisto televisão. Mas basta um comentário desinteressado sobre o assunto para que olhares de desprezo surjam ao redor da mesa.

Explico: em um almoço com alguns colegas de trabalho, mencionei que não havia assistido a abertura, e que achava aquilo tudo um grande escárnio para com o brasileiro que paga impostos. Afinal, estamos em meio a uma crise avassaladora, com milhões de desempregados sem perspectivas de retorno, e exibimos ao mundo um festival esportivo que irá literalmente incinerar toneladas de dinheiro.

Pronto. Foi dizê-lo e o silêncio instalou-se na mesa. Um silêncio entre aspas, pois os olhares diziam tudo.

Desagradável. Mas é sempre assim quando a realidade bate à porta. E o sucesso dos jogos não irá de forma alguma justificar tamanho dispêndio de dinheiro. A abertura das Olimpíadas é o brasileiro que não trabalha, alimenta mal os filhos, não incentiva a sua educação e ainda assim continua a tomar sua cerveja.

II) Em outro almoço, ouço dois adultos conversando, entre uma e outra garfada:

— Cara, vindo para o trabalho eu peguei dois pokémons. Vi que tem mais um ali na igreja, e outro na praça.

— Vamos lá depois daqui?

— Vamos. Quantos você já pegou?

— Oitenta e seis. Mas tem gente bem melhor do que eu. O meu problema tá sendo a patroa, que fica no meu pé e me atrapalha a jogar.

— É... mas ainda assim você está bem.

— Sábado de tarde eu vou para o centro, não tem comparação o tanto de pokémon que aparece por lá. Por isso quem mora lá perto evolui muito rápido.

— Ué, você não ia no churrasco do pessoal da empresa?

— Prioridades né, meu caro?! Prioridades...

III) E o Ibovespa não para de subir. Fico aqui a pensar: no início do ano, estávamos na casa dos 40 mil pontos, com perspectivas das mais pessimistas para este ano e o próximo. Os economistas, em uníssono, alardeavam a chegada da maior crise de nossa história, prevendo uma possibilidade de recuperação apenas ao final de 2017 ou depois.

Agora, passados poucos meses, temos o Ibovespa marcando 57 mil pontos, uma valorização que supera os 40% em relação a janeiro. Pergunto: onde se deu a essencial mudança neste tempo, que por uma infelicidade acabou me escapando?

Resposta: não se deu mudança nenhuma. Continuamos na crise, porém, agora com um mercado melhor humorado.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Fechamento - Julho/2016: R$ 50.950,69 (+6,84%)

Mês turbulento. Para mim, ao menos; na bolsa foi só alegria, com mais uma subida vertiginosa do Ibovespa.

De início, algumas justificativas aos leitores: fiquei ausente de praticamente tudo após a primeira semana deste último mês, tendo um gasto inesperado que impediu-me de aportar, além de diversos problemas que impediram-me de escrever e acompanhar os outros blogs. Enfim, foi um mês complicado, mas fico feliz que passou e estou bem novamente.

Neste julho o Ibovespa obteve alta de 11%, um número expressivo, e novamente performou acima da carteira. Tenho achado engraçado essa sequência de subidas, já que as mesmas não se justificam pelos resultados das empresas ou melhora no ambiente de negócios. O desemprego continua altíssimo, as empresas continuam sofrendo e o país inteiro está endividado. Se fosse arriscar uma previsão, diria que a bolha da inadimplência ainda não estourou e a situação geral da população tende a piorar ainda mais, já que não há perspectiva de um aquecimento no mercado que permita reverter este cenário de demissões e desemprego.

Sendo assim, vamos aos resultados, seguidos de breves comentários:

Rentabilidade mensal: 6,84%
Rentabilidade anual: 16,60%
Rentabilidade histórica: 9,38%

A rentabilidade da carteira atingiu 7,48%, lembrando que esta rentabilidade apenas considera minha carteira de ações, excluindo minhas aplicações com empréstimos. Foi um bom número, e serviu-me de alívio por fazer meu patrimônio subir mesmo em um mês sem aportes.

1- Evolução patrimonial



Como pode-se observar, continuo perseguindo a meta de patrimônio e o plano segue firme, passando por cima das adversidades. Neste mês ultrapassei o marco dos R$ 50 mil, o que me deixa bastante satisfeito, apesar de saber que o caminho ainda será longo e duro. De fato, posso ver que evoluí as custas de meu próprio esforço e isso é muito gratificante. 

2- Comparativo de rentabilidades


A carteira ainda performa abaixo dos dois índices de referência. É muito cedo para tirar qualquer conclusão, mas é um fato que este resultado pouco me preocupa.

3- Aportes mensais


Como já mencionado, está aí: aportes zero. É a segunda vez acontece no ano e, isto sim, me incomoda bastante. Da primeira vez, ocorreu devido a gastos pontuais que optei —como sempre opto— por pagar à vista. Como disse neste blog, poderia ter realizado em março um pequeno aporte, mas preferi aumentar o aporte de abril, que não pôde ser percebido no gráfico pelo fato de que ao final deste mês recebi bastante dividendos —que foram descontados do valor do aporte já realizado.

O ponto é que, para pequenas carteiras, os aportes são fundamentais. Deve-se buscar aportar o mais forte possível no início e qualquer valor que consiga-se aportar a mais faz bastante diferença. Com o tempo, como sabemos, a rentabilidade tende a tomar as rédeas da carteira e torna-se gradualmente mais importante que os aportes. Ainda não é o meu caso.

E que venha agosto!