I) Tenho sido levemente pressionado por amigos e familiares a trocar o meu carro. Digo levemente, pois se tratam apenas de comentários fortuitos que saem sem a intenção de me induzir a fazê-lo. É como o marido que diz à mulher "que bela atriz!" não tem a intenção de dizer "quem dera eu pudesse traçá-la!". Pois bem. Eu, a versão moderna do homem das cavernas, completo em 2016 o quinto ano com o mesmo carro. Meu carro, um popular 2010 com menos de 50 mil quilômetros rodados, também completa cinco anos junto ao seu único dono.
Longe de mim justificar-me exaltando os sentimentos que nutro pelo carango. Amor, garanto, não há. O que de fato ocorre é que meu velho companheiro sempre me atendeu muito bem. Econômico, discreto, com manutenção barata e que, para espanto geral, me leva aonde quer que eu deseje.
Mas parece que causo certo incômodo ao não sequer externar uma mínima vontade de trocar o popular por um possante atual. Sabem como é... sou jovem, ganho relativamente bem para minha idade, já trabalho há muitos anos e possuo total condição de me locomover melhor. Aliás, como é possível que eu não tenha me cansado de olhar para o mesmo carro todos os dias? A que diabos destinei o meu salário dos últimos anos?
São meras questões retóricas. Aos olhos da modernidade, já sou um condenado.
II) Dialogando com um ex-funcionário recém-demitido da empresa:
— E aí, bicho, como está o trampo?
— O serviço está fraco... Complicado... Parece que essa crise não vai passar tão cedo. Ontem foram mais dois embora.
— Vish... Difícil, hein?!
— Pois é... Mas e você, já arrumou outro lugar?
— Hahaha, está louco?
— O que está fazendo então?
— Estou no seguro-desemprego, claro.
— E não está procurando nada?
— Eu não! Vai que eu encontro...
III) A Empiricus crava: o "renascimento do mercado brasileiro" está próximo. Segundo os economistas, estamos prestes a reviver outra avalanche monetária e o mercado irá se valorizar surpreendentemente. Lendo o texto divulgado na última semana, saltam aos nossos olhos valorizações exorbitantes na casa dos três dígitos aliadas da previsão de que estamos na iminência de vivenciá-las.
A questão que fica é: e se eles estiverem certos?
Bom, no meu caso não irá mudar muita coisa. Não comprarei os produtos nem as ações recomendadas pela empresa. Minha carteira irá se valorizar precocemente e ficará mais difícil encontrar boas empresas a um preço justo.
Caso estejam equivocados, também não mudará muita coisa. Nem para mim, que não moverei uma palha e continuarei aportando normalmente; nem para eles, que provavelmente nem darão justificativas a seus clientes —que já terão comprado seus produtos. Caso a tão sonhada alta ocorra daqui há cinco anos, será apenas uma prova maior da competência destes economistas, que previram a escalada dos preços com um tempo enorme de antecedência.
Não serei redundante a ponto de fazer propaganda para a Empiricus, mas é fato que seus economistas são competentes. Porém, o que torna seus relatórios particularmente complicados é ter de separar para toda linha o argumento bem embasado da propaganda, a verdade do sensacionalismo e a lógica das táticas de persuasão.
No fim das contas, se o mercado subirá ou não pouco importa. Os néscios comprarão os produtos da Empiricus e, agindo assim, hora ou outra perderão dinheiro —como sempre perderam. Investir o próprio capital na opinião de terceiros é uma forma muito eficaz de dizer adeus à tranquilidade e, logo em seguida, ver evaporar suas economias.
terça-feira, 12 de julho de 2016
sábado, 2 de julho de 2016
Fechamento - Junho/2016: R$ 47.703,08 (+1,38%)
Seguindo o acompanhamento da carteira, desta vez em um post mais rápido que o de costume.
Neste mês de junho a carteira desempenhou bem abaixo do índice de referência, o Ibovespa, porém, acima da meta estipulada (1%).
Conforme já havia sido previsto, os aportes vieram acima do habitual, principalmente devido ao recebimento de dividendos em meados de maio que, apesar de contabilizados em maio, só vieram efetivamente a ser aportados em junho.
No mais, vamos aos números:
Rentabilidade mensal: 1,38%
Neste mês de junho a carteira desempenhou bem abaixo do índice de referência, o Ibovespa, porém, acima da meta estipulada (1%).
Conforme já havia sido previsto, os aportes vieram acima do habitual, principalmente devido ao recebimento de dividendos em meados de maio que, apesar de contabilizados em maio, só vieram efetivamente a ser aportados em junho.
No mais, vamos aos números:
Rentabilidade mensal: 1,38%
Rentabilidade anual: 9,12%
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